«Dia das mentiras» em Aljustrel

<i>MTO</i> vende bens

Contra o prometido em Dezembro, a MTO, do grupo Martifer, em vez de iniciar a extracção de minério, começou a vender máquinas e equipamentos da Pirites Alentejanas, revelou ontem o Sindicato dos Mineiros.

Trabalhadores exigem explicações

«Hoje, dia 1 de Abril, popularmente conhecido como o dia das mentiras, confirma-se que os governantes faltaram uma vez mais à verdade», comentou o sindicato da CGTP-IN, numa nota que divulgou ontem, a dar conta de que «o Governo volta a falhar em Aljustrel».
A retoma da actividade extractiva, em Maio do ano passado, criou expectativas que foram derrubadas em Novembro, com a decisão da multinacional Lundin Mining de lhe pôr termo. A luta dos trabalhadores e da população contra novo encerramento obrigou Manuel Pinho e José Sócrates a voltarem às promessas e, novamente, com pompa e circunstância, anunciaram a concretização de um negócio com esta nova empresa, para a retoma da actividade, garantia dos postos de trabalho existentes e readmissão dos trabalhadores forçados a rescindir os contratos. O Governo «nunca revelou os termos e condições em que foi realizado o negócio com a nova empresa, opacidade característica deste e dos anteriores governos em relação às “negociatas” no sector mineiro», observa o sindicato.
Em Dezembro, o ministro e o chefe do Governo «apenas divergiram quanto à data da retoma efectiva da extracção de minério e integração dos trabalhadores».
O sindicato informou que os trabalhadores vão reunir, no próxima terça-feira, dia 7, «para fazer o ponto de situação e decidir as medidas a tomar». Entretanto, sindicato e Comissão de Trabalhadores da Pirites Alentejanas já solicitaram uma reunião com o ministro da Economia, para dia 9, «para exigir explicações e medidas para a viabilização efectiva da empresa».

Encontro nacional de CTs

O 15.º Encontro Nacional de Comissões de Trabalhadores vai ter lugar amanhã, a partir das 10 horas, na Voz do Operário, em Lisboa, sob o lema «Cumprir Abril, Trabalho com direitos, Unidade e luta». Promovido pelas coordenadoras regionais das CTs de Lisboa, Porto, Setúbal e Braga e pelas coordenadoras sectoriais da indústria naval e da banca, o encontro vai discutir a situação política e social e as condições de vida; as CTs e o exercício dos seus direitos; a ofensiva legislativa contra os trabalhadores e o trabalho com direitos; a unidade na luta e as relações com as outras organizações representativas de trabalhadores.


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